As luzes brilham tão distante, uma de cada cor.
Lembro quando elas me encantavam. Minha diversão preferida era tentar adivinhar qual seria a próxima cor que iria brilhar. Linda inocência, que achava que tudo era acaso.
Era uma época onde nada precisava fazer sentido.
Dezembro tinha uma cor, um cheiro, um sabor.
As luzes brilham tão distante, agora um pouco mais estáticas. Elas não me encantam como antes.
Os olhos ainda são os mesmos, as dores, as experiências, construíram um outro eu.
É um castigo descobrir que nada é por acaso. Morre lentamente a inocência dos nossos olhos.
Hoje eu preciso de bem mais que um sentido.
Dezembro ficou igual a tantos outros dias.
Nem a variedade de luz ilumina essa cidade cinzenta que eu construí no peito.
Pisca, pisca, luz distante. Vou ficar aqui só te olhando. Quem sabe assim, eu finalmente me reencontre.
As luzes sempre brilham tão distante.
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