Dona Helena era uma senhora conhecida pela pequena cidade onde vivia. Viúva, morava sozinha em uma pequena casa no centro da cidade. Todas as tardes, caminhava até a praça e sentava no mesmo banco, com um caderninho nas mãos. Escrevia bilhetes curtos, dobrava eles cuidadosamente e os deixava presos com um pedaço de durex no banco.
Ninguém sabia ao certo o motivo, mas os papéis sempre desapareciam no dia seguinte. Para muitos, era apenas um passatempo de uma senhora solitária.
Um dia, durante uma tempestade inesperada, um jovem chamado Lucas correu para se abrigar sob a árvore ao lado do banco. Ao sentar, notou um bilhete preso entre as frestas de madeira, encharcado pela chuva.
Curioso, leu:
“Um bilhete para você: “Às vezes, o que você precisa é persistir só mais um pouco. Essa fase ruim que você está passando, logo, logo vai acabar.”
Lucas sorriu, e seus olhos lacrimejaram. Era exatamente o que ele precisava ouvir naquele dia. Com uma mochila nas costas e a cabeça cheia de dúvidas, estava prestes a desistir do curso na faculdade e voltar para sua cidade natal. Ele só queria uma palavra amiga.
Semanas depois, enquanto passava pela praça, viu Dona Helena sentada no mesmo banco. Ele se aproximou e, hesitante, perguntou:
“— Desculpe, mas por que a senhora escreve esses bilhetes?”
Ela olhou pra ele com gentileza e respondeu:
“— Eu nunca soube quem pegava os bilhetes, mas se algum deles trouxe conforto a alguém, já valeu a pena. Às vezes, tudo o que precisamos é de um gesto simples.”
Lucas decidiu permanecer na cidade. Se formou e, anos depois, para surpresa de todos, se tornou um escritor. Em seu primeiro livro, dedicou uma página a ela:
“Para Dona Helena, que acreditava no impacto das palavras, mesmo sem saber para quem seriam lidas.”
O que podemos refletir com isso?
Pequenos gestos podem salvar dias, mudar rumos e transformar vidas. Nunca subestime o poder de um ato simples, pois pode ser exatamente o que alguém precisa naquele momento. 🧡