Outro dia eu tava parado, só observando as coisas acontecendo, e me deu uma sensação estranha. Parecia que tudo tava acelerado demais. As pessoas andam correndo, falando correndo, vivendo correndo. A gente mal termina uma coisa e já tem outra pra começar. Mal respira e já tem que entregar, responder, resolver.
E aí me veio uma pergunta: pra onde é que a gente tá indo com tanta pressa?
A verdade é que tá todo mundo tentando acompanhar um ritmo que, sinceramente, ninguém aguenta.
A gente acorda, desbloqueia o celular, e já são mil informações jogadas na nossa cara. Tem que ser produtivo, criativo, saudável, bem resolvido, antenado, presente, mas também planejado pro futuro. É como se viver tivesse virado uma competição silenciosa, onde quem desacelera, perde.
Mas… e se perder for justamente continuar nesse ritmo?
E se o verdadeiro fracasso for se perder de si mesmo tentando acompanhar um tempo que não é seu?
Eu, particularmente, tenho sentido falta do silêncio. Da pausa. Do momento que não é registrado, que não é postado, que não precisa virar conteúdo.
Tenho sentido falta de olhar o céu sem pressa, de ouvir alguém de verdade sem pensar na próxima notificação, de viver coisas que não precisam ser justificadas.
A vida não é um feed. Ela é crua, às vezes lenta, às vezes sem roteiro. E tudo bem.
Talvez a gente só precise lembrar que tem valor no simples, no calmo, no “nada de especial” também.
Tá tudo muito rápido, sim.
Mas quem disse que você precisa acompanhar?
Dá pra ficar. Dá pra desacelerar. Dá pra respirar e escolher outro ritmo. Um ritmo seu.
E se você também sente isso, talvez seja um sinal. Um lembrete. Um empurrão pra desacelerar.
Porque no fim, o tempo mais valioso é aquele que você sente de verdade.
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